A Era De Ouro

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terça-feira, 21 de julho de 2015

Em Londres, com Henrique VIII A capital inglesa conta, em seus castelos e monumentos, a história da dinastia Tudor, que mudou a Inglaterra e deixou suas marcas espalhadas pela cidade




Seis séculos após sua ascensão, em 1485, a história da dinastia Tudor ainda pode ser conferida nos castelos e construções de época em plena capital inglesa. Para olhos atentos, um passeio por Londres é um festival de referências históricas e culturais importantes do tempo que representa, segundo a definição de John Morrill, professor de história britânica e irlandesa da Universidade de Cambridge, “a grande conexão entre os períodos medieval e moderno”.

O início da dinastia se deu com a conquista da Coroa inglesa por Henrique Tudor, que passaria a ser conhecido como Henrique VII, na Guerra das Rosas. O embate durou 30 anos e envolveu a casa real dos Lancaster e a dos York. O primeiro rei Tudor, representando os Lancaster, venceu Ricardo III, do lado dos York, na Batalha de Bosworth Field, e assim surgiu a dinastia que redesenhou o futuro do país.

O lugar exato em que teria acontecido a batalha, porém, é motivo de discordância entre os pesquisadores. Mas ela teria se realizado próximo ao local da coroação de Henrique Tudor, em Stoke Golding, segundo depoimentos de moradores do local.

A pequena vila fica a 164 km de distância de Londres e visitantes podem, hoje, ver marcas de ranhuras de espadas nas soleiras das janelas da Igreja Santa Margarida de Antioquia. Elas teriam sido feitas pelos soldados quando afiavam suas armas, antes da luta.

Apesar de iniciar uma nova dinastia no Reino Unido, Henrique VII, no entanto, fica obscurecido quando seu filho Henrique VIII entra em cena. Vale lembrar que o rei e chefe único da igreja no país quase não chegou ao trono britânico. Isso porque seu irmão mais velho, Artur Tudor, era o próximo da linha sucessória à Coroa. Seu óbito, com apenas 15 anos, no castelo de Ludlow, deixou livre para Henrique VIII o caminho do poder.

Além da coroa, o primeiro irmão Tudor legou também a sua esposa, a princesa da Espanha Catarina de Aragão, para Henrique. Com Artur, a nobre casou-se em 1501, na antiga igreja de Saint Paul, que, em 1666, seria destruída pelo grande incêndio de Londres. No seu lugar, uma réplica em estilo barroco foi construída e o nome original, mantido.

Durante o reinado de Henrique VIII, a catedral de Saint Paul presenciou o declínio do catolicismo na Inglaterra, retomado por pouco tempo com Mary – filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão – e novamente posto de lado com Elizabeth I – filha de Ana Bolena.

Na igreja, também está o túmulo de lorde Nelson, o comandante inglês na Batalha de Trafalgar, contra Napoleão, em 1805, a qual venceu, mas na qual foi ferido mortalmente. Enterrado com a madeira do navio francês que derrotou, o lorde leva em seu sarcófago um adorno de mármore preto feito originalmente para o cardeal Thomas Wolsey, durante o reinado de Henrique VIII, no início do século XVI. Wolsey foi um ator importante durante a dinastia Tudor, principalmente antes do rompimento da Inglaterra com a Igreja Católica. O religioso era o chanceler de Henrique, grande conselheiro político do monarca inglês e dono de muito poder e dinheiro.

Por muito tempo, foi Wolsey quem governou indiretamente o país. O fim do seu poderio chegou com a ascensão de Ana Bolena e diante do desejo de Henrique VIII de se divorciar de Catarina de Aragão, que não pôde lhe dar um filho homem.

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